A China tem manifestado que as tendências de comércio exterior para 2024 são positivas. Segundo as estatísticas aduaneiras, nos primeiros dois meses deste ano, o valor total do comércio de mercadorias do país atingiu RMB 6,61 trilhões, um aumento de 8,7% em relação a 2023, enquanto as exportações totalizaram RMB 3,75 trilhões, um aumento de 10,3%, enquanto as importações foram de RMB 2,86 trilhões, um crescimento de 6,7%. Unindo isso ao fato de que a exportação brasileira rumo à China passou da centena de bilhões no ano passado e o superávit do comércio bilateral com o país asiático alcançou o recorde de US$ 51,1 bilhões, as expectativas promissoras da China podem impactar positivamente a economia brasileira.
Recentemente, o Ministro do Comércio, Wang Wentao, afirmou durante a coletiva de imprensa da Segunda Sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional que o fortalecimento do comércio exterior se baseia nas indústrias, recursos e capacidades de inovação, além do fato de que os produtos de exportação estão subindo na cadeia de valor. Ademais, a China está ativamente aberta às oportunidades de mercado de importação que têm se expandindo, mostrando uma resiliência significativa no comércio exterior.
Em relação às políticas de estabilização do comércio internacional, Wang Wentao mencionou que, a longo prazo, conforme as diretrizes da Conferência Econômica Central e do Relatório de Trabalho do Governo, o foco principal é promover o crescimento do comércio exterior com alta qualidade e concentrar esforços nas áreas de expansão do comércio de bens intermediários, promoção das exportações do comércio eletrônico transfronteiriço, melhoria da digitalização do comércio e avanço do desenvolvimento verde do comércio.
No final do ano passado, a Conferência Econômica Central destacou que é preciso acelerar o cultivo de novas energias no comércio exterior; consolidar a base do segmento e do investimento estrangeiro; expandir o comércio de bens intermediários, serviços, comércio digital e exportações de comércio eletrônico transfronteiriço.
O professor Zhou Nianli, da Academia de Abertura ao Exterior da Universidade de Economia e Comércio Internacional da China (Pequim) e da Academia da Organização Mundial do Comércio da China, explicou que as diversas formas de comércio que estão sendo enfatizadas para expansão estão alinhadas com as tendências gerais de mudança no comércio global.
De acordo com a Administração Geral das Alfândegas, os bens intermediários incluem matérias-primas, produtos semiacabados, componentes e afins. Em 2023, o valor total de importação e exportação de bens intermediários da China foi de RMB 25,53 trilhões, representando 61,1% do total de importação e exportação. Desses, a exportação de bens intermediários foi de RMB 11,24 trilhões, representando 47,3% do valor total de exportação chinesa; e a importação de bens intermediários foi de RMB 14,29 trilhões, representando 79,4% do total de importação da China.
Wang Lingjun afirmou que, devido ao sistema industrial completo e à forte capacidade de oferta, a China exporta uma grande quantidade de bens intermediários, atendendo às necessidades de desenvolvimento industrial de diferentes regiões do mundo.
Em termos de mercados específicos, a China exporta peças de automóveis para o Japão e o México, baterias de lítio para os Estados Unidos e Alemanha, e módulos de display de tela plana para o Vietnã e Indonésia, todos registrando acréscimo de dois dígitos. Ao mesmo tempo, a China exportou mais de RMB 1 trilhão em bens intermediários têxteis e plásticos, impulsionando o desenvolvimento industrial em regiões como a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e a África.
Para potencializar as exportações de comércio eletrônico transfronteiriço, Wang Wentao confirmou que a China irá aprimorar as políticas de desembaraço aduaneiro, tributação, câmbio, entre outras, e impulsionar a construção de uma cadeia de suprimentos e ecossistema adequados ao desenvolvimento do comércio eletrônico transfronteiriço.
Segundo as estatísticas preliminares das alfândegas, o comércio eletrônico transfronteiriço teve um crescimento rápido em 2023, com um total de RMB 2,38 trilhões em importações e exportações de comércio eletrônico transfronteiriço na China durante o ano, um aumento de 15,6%. Destes, as exportações foram de RMB 1,83 trilhão, um aumento de 19,6%; e as importações foram de RMB 548,3 bilhões, um aumento de 3,9%. O número de consumidores envolvidos nas importações através do comércio eletrônico transfronteiriço está aumentando a cada ano, atingindo 163 milhões em 2023.
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