A tensão comercial entre EUA e China tem consolidado a posição do Brasil no comércio internacional, impulsionando-o como fornecedor estratégico, principalmente no agronegócio.
Com tarifas sobre produtos norte-americanos, os chineses aceleraram a substituição da soja dos EUA pela brasileira, fortalecendo os laços com o Brasil.
Continue a leitura e entenda como esse cenário favorece o país na relação com o maior mercado do mundo.
Brasil em destaque nas novas cadeias globais
Esse reposicionamento global abre oportunidades para o Brasil se firmar como parceiro confiável da China, o que exige foco em logística, infraestrutura e diplomacia econômica. A expectativa é que os próximos dados confirmem o crescimento contínuo das exportações brasileiras para o mercado chinês.
De acordo com o professor Diogo Carneiro, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), o atual ambiente de instabilidade no comércio global tem levado o país asiático a buscar alternativas estratégicas, nas quais o Brasil surge como destaque. “Estamos bem posicionados no relacionamento comercial com a China. O país possui infraestrutura instalada, mantém boas relações diplomáticas e tem capacidade para responder à crescente demanda chinesa”, explicou.
Carneiro também destaca que as barreiras tarifárias em outros mercados aceleram essa aproximação. “As recentes mudanças nas cadeias globais de produção devem ter efeitos duradouros, fortalecendo o papel do Brasil como fornecedor de matérias-primas para o mercado chinês”, afirmou.
Em março, o Brasil exportou US$ 9,2 bilhões para a China, um crescimento de 11,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O país enviou principalmente soja, milho, açúcar, carnes bovina e de frango, celulose, algodão e carne suína in natura.

Oscilações no comércio internacional no primeiro trimestre de 2025
Apesar do bom desempenho recente, os primeiros três meses de 2025 foram marcados por flutuações. Entre janeiro e março, as exportações brasileiras foram afetadas pela queda nos preços internacionais das commodities, o que impactou negativamente o valor total exportado, mesmo com volumes recordes, conforme levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), baseado em dados do MDIC.
Entre os setores que tendem a se beneficiar desse cenário, o agroexportador se sobressai. “A liderança brasileira na exportação de alimentos para a China tende a se consolidar ainda mais, especialmente no fornecimento de soja. Além disso, outros grãos e o segmento de proteína animal também devem ser impulsionados por esse movimento favorável”, completou o professor.
Agronegócio brasileiro se destaca no comércio com a China
A soja é um exemplo emblemático, visto que o volume exportado para a China no trimestre foi recorde, com 16,9 milhões de toneladas. No entanto, a redução nas cotações internacionais resultou em uma receita 4,4% menor em relação ao primeiro trimestre de 2024, totalizando US$ 6,7 bilhões. Já o minério de ferro teve aumento de 3% em volume, mas queda de 25% no valor exportado, fechando o período com US$ 3,9 bilhões. O petróleo seguiu tendência semelhante, com recuo de 26% no volume e de 25% na receita, também para US$ 3,9 bilhões.
A carne bovina se destacou no primeiro trimestre, com exportações que somaram US$ 1,36 bilhão para a China, segundo o MDIC. Esse avanço foi impulsionado pela aprovação, em março de 2024, de 38 novas plantas brasileiras (sendo 34 frigoríficos e 4 entrepostos comerciais) para vender ao mercado chinês. Foi o maior número de autorizações concedidas simultaneamente, elevando de 106 para 144 o total de estabelecimentos aptos a exportar.
Atualmente, o Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para a China, com 65 plantas habilitadas. No total, o país exportou mais de US$ 12 bilhões em carnes no período, somando 2,89 milhões de toneladas, o que reforça sua liderança global no setor.
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